Na RTP um investidor estrangeiro, dono da Vilamoura, explica que Portugal tem uma qualidade rara na Europa; fronteiras antigas de séculos, estáveis e seguras, por oposição ao cada vez mais instável Ocidente europeu, acrescentou, caso o espectador ainda não tivesse percebido a referência aos refugiados.
Supostamente essa qualidade única portuguesa é o que lhe torna tão fácil vender Vilamoura a chineses, norte- e sul-americanos etc. Ahhhh, ou seja, o problema dos refugiados não é serem estrangeiros, o problema é serem pobres. Fundamentalismo religioso? Só é um problema se não fores um sheik com pilim para investir em Vilamoura.
Pobres, é isso que lixa, é serem pobres.
Interessante também ouvir o ministro da economia na mesma peça publicitária dizer que quando é um ministro da economia a anunciar um grande investimento se deve desconfiar, quando é um privado pode-se acreditar. Ficou clara a credibilidade que Pires de Lima dá a si próprio: nenhuma.
Enfim, uma pequena peça de publicitária do Telejornal, que poderia ser só mais uma de tantas, em que logotipos de empresas nos enchem o olhar, mas que afinal diz muito mais do nosso tempo que o que poderia parecer à primeira vista. É quase acidentalmente jornalística de tão informativa. A ver com os olhos bem abertos.
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